SEU DESÍGNIO PODE EXIGIR UMA SEPARAÇÃO PERIÓDICA DAQUELES QUE VOCÊ AMA


A solidão sempre é necessária. É normal gostar da atmosfera dos amigos. A conexão é essencial para a multiplicação. Bastam dois para se tornarem mais. Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho (Eclesiastes 4.9). 

Mas seu desígnio terá muitos momentos de afastamento dos outros. Jesus se afastava da multidão. Porém a sua fama se propagava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para o ouvir e para ser por ele curada das suas enfermidades. Porém ele retirava-se para os desertos e ali orava (Lucas 5.15,16). E Jesus, vendo em tomo de si uma grande multidão, ordenou que passassem para a outra margem (Mateus 8.18). 

Jesus ensinou Seus seguidores a separarem-se dos outros em momentos de restauração. E ele disse-lhes: Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco. Porque havia muitos que iam, e vinham, e não tinham tempo para comer. E foram sós num barco para um lugar deserto (Marcos 6.31,32). 

Jesus se afastava da pressão do povo, sabendo que ministério significa esvaziar-se. Restaurar pessoas exige esvaziar-se de si mesmo. Quando os outros o buscam, eles sugam algo de você. Jesus experimentou isso com a mulher que tinha um fluxo de sangue durante 12 anos. Porque dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei (Marcos 5.28). E isso aconteceu. Jesus sentiu algo sair dele. 

E logo Jesus, conhecendo que a virtude de si mesmo saíra, voltou-se para a multidão e disse: Quem tocou nas minhas vestes? (Marcos 5.30). Às vezes, você deve abrir mão da pressão das pessoas. Às vezes, você deve abrir mão do prazer de estar com as pessoas. Então, Deus sempre falará para você ter momentos longe daqueles que ama. Isso irá restaurá-lo e fortalecê-lo. 

Também possibilitará que você ouça a voz de Deus sem a mancha e a distorção da lógica e da opinião humanas. Em algumas ocasiões, seu desígnio terá o custo de momentos maravilhosos de conversa e relaxamento. É o oposto do tempo de descanso, pois exigirá sua total absorção e concentração. Estou sentado em meu quarto da sabedoria digitando isso para você. 

Aqui existem livros de parede a parede e do chão até o teto. Eu simplesmente amo esses materiais. Amo biografias e publicações de sucesso. E adoro colecionar livros novos, por isso, compro esses artigos mensalmente. Perto desse local, há o cômodo mais importante da minha casa: o Lugar Secreto. É um quarto pequeno, mas cheio de poder, dedicado ao Espírito Santo. Ele afetou dramaticamente a minha vida em 13 de julho de 1994, e eu tenho sido um homem diferente desde então. Meu jardim é grande e tem auto-falantes nas árvores que tocam músicas do Espírito Santo continuamente. 

No entanto, passo minha vida viajando milhares de milhas por mês longe daqui. Passo a maior parte da minha vida dormindo em camas e hotéis estranhos e em cidades igualmente estranhas. Fico sentado em um assento de avião apertado por horas, sonhando estar lendo na poltrona do meu quarto da sabedoria! Eu gosto de ficar em minha casa. Viajar não é mais empolgante para mim. Já faço isso há mais de 30 anos. Então, por que eu fico apertado em um pequeno quarto de hotel, correndo de aeroporto em aeroporto para pregar por alguns minutos em conferências no mundo todo? Isso é o desígnio. 

Ocasionalmente, tenho pena de mim mesmo. Às vezes, invejo aqueles que acordam na mesma cama toda manhã, tomando café da manhã na mesma mesa, vendo amigos fiéis e leais todos os dias. Às vezes, tenho que lembrar a mim mesmo que "este mundo não é minha casa, estou apenas de passagem. Sou um peregrino; um andarilho". 

Nem sempre é fácil abrir mão das coisas prazerosas. Eu amo minha equipe. Levei 30 anos para formar o time de campeões que me cerca diariamente. Eu os admiro e respeito. Eles são a minha família. No entanto, raramente passo horas e dias com eles. O desígnio é a minha obsessão. Certa noite, tive uma vontade enorme de recostar e assistir a alguns vídeos. Estava cansado. Tive uma incrível semana de reuniões. Deus se moveu. 

As pessoas foram radicalmente tocadas e restauradas. Eu realmente não queria trabalhar até tarde naquela noite. Mas olhei para as cartas dos parceiros e daqueles que me escreveram. Eles mereciam uma resposta. Como Jesus: E, vendo a multidão, teve grande compaixão deles, porque andavam desgarrados e errantes como ovelhas que não têm pastor (Mateus 9.36). 

A compaixão é uma força poderosa. É algo que não posso explicar. Quando fiz 50 anos, preguei sobre o assunto: "Cinquenta anos, minhas memórias, erros e milagres". Eu disse à minha família de parceiros e amigos que eu não podia explicar a compaixão. Quando você se importa s com as pessoas, está direcionado a ministrar sobre elas. E algo irresistível, inexplicável e inevitável quando você está na presença dele. Satanás sempre explora essa compaixão para nos dirigir aos alvos acerca dos quais Deus nunca nos instruiu. 

Eu sou muito consciente de que algumas de nossas direções e energias podem tornar-se ambições descontroladas e não direcionadas pelo Espírito Santo. Isso tem acontecido em milhares de vidas. Porém, não se pode negar que o chamado dele pode dominar tanto a sua vida, que você perderá momentos de prazer e coisas que adoraria estar fazendo. Por que nos afastamos de momentos prazerosos com as pessoas que amamos? 

A colheita já está acenando. Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande ceifeiros para a sua seara (Mateus 9.37-38). Um grande evangelista me contou sobre seu profundo amor pelo golfe. "Com que frequência você joga golfe?", perguntei-lhe. "Toda vez que tenho oportunidade", ele respondeu-me. "Você pratica esse esporte diariamente?", continuei. "Eu faria isso se tivesse tempo" foi sua resposta enfática. Mas ele tinha um desígnio. Ele reúne milhares de pessoas no ministério todo ano. Existe algo que importa muito mais do que nosso prazer. O amanhã vai durar mais do que o hoje. 

Campeões estão dispostos a fazer coisas que odeiam para gerar algo que amam. Campeões tomam decisões que satisfazem seu desejo no futuro enquanto os perdedores tomam decisões que satisfazem seu desejo no presente. Existe uma penosa fase em semear sua vida na dos outros. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça (Mateus 8.20). 

Existe uma fase de compensação pela colheita. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido (Gaiatas 6.9). Pedro experimentou a solidão. Ele deve ter-se sentido assim por abrir mão daqueles que amava. Ele perdeu o clima vibrante e emocionante dos barcos de pesca. E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos (Marcos 10.28). 

Jesus garantiu a recompensa após a separação. Ele deu uma resposta poderosa, incrível e maravilhosa. Eu não posso dizê-la melhor do que nosso precioso Senhor: E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições, e, no século futuro, a vida eterna. 

Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros (Marcos 10.29-31). Você nunca se arrependerá por buscar seu desígnio. Isso é verdade. Lembre-se: seu desígnio pode exigir uma separação periódica entre você e aqueles que você ama.

-Dr. Mike Murdock- Livro O designio

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